sábado, 28 de março de 2015

C.S. Lewis: a queda de um ateu: "O escritor que considerava Deus seu inimigo e se tornou um defensor da fé. Muitos leitores o consideraram o escritor mais influente em suas vidas."
“Ele era um homem pesado que parecia ter 40 anos, com um rosto carnudo e oval e compleição sadia. Seu cabelo preto já tinha deixado a testa, o que o tornava especialmente imponente. Eu nada sabia sobre ele, exceto que era o professor de Inglês da faculdade. Eu não sabia que ele tinha publicado algum livro assinando seu próprio nome (quase ninguém o fazia). Mesmo depois de eu ter sido aluno dele por três anos, nunca passou pela minha cabeça que ele poderia ser o autor cujos livros vendiam em média dois milhões de exemplares por ano. Uma vez que ele nunca falou de religião enquanto eu era seu aluno, ou até que ficássemos amigos, 15 anos depois, parecia impossível que ele fosse o meio pelo qual muitos chegariam à fé cristã”. Mesmo para seu melhor biógrafo e amigo de longa data, George Sayer, Clive Staples Lewis era uma surpresa e um mistério. Como J.R.R. Tolkien aconselhou Sayer: “Você nunca chegará ao fundo dele”. Mas compreender ou até mesmo concordar com Lewis nunca foram pré-requisitos para gostar dele ou admirá-lo. Seus livros continuam vendendo extremamente bem (a série As crônicas de Nárnia, por exemplo, está entre os 200 títulos mais vendidos da Amazon.com) e muitos leitores o consideraram o escritor mais influente em suas vidas. Um feito e tanto para um homem que por muito tempo desacreditou “a mitologia cristã” e considerava Deus “meu inimigo”. Lewis nasceu em Belfast, na Irlanda, em uma família protestante que gostava de ler. “Havia livros no escritório, livros na sala de jantar, livros na chapeleira, livros na grande estante no alto da escada, livros no quarto, livros empilhados até a altura do meu ombro no reservatório de água no sótão, livros de todos os tipos”, Lewis lembrava, e tinha acesso a todos eles. Em dias chuvosos – e havia muitos no norte da Irlanda – ele tirava muitos volumes das prateleiras e entrava em mundos criados por autores como Conan Doyle, E. Nesbit, Mark Twain e Henry Wadsworth Longfellow. Depois que seu único irmão, Warren, foi mandando para um colégio interno na Inglaterra em 1905, Jack, nome adotado por ele mesmo aos 3 anos, tornou-se um recluso. Ele passava mais tempo com os livros e um mundo imaginário de “animais vestidos” e “cavaleiros de armadura”. A morte de sua mãe, de câncer, em 1908, tornou-o ainda mais introvertido. A morte da Sra. Lewis veio apenas três meses antes do décimo aniversário de Jack, e este jovem estava muito abatido pela perda de sua mãe. Além disso, seu pai nunca se recuperou totalmente da morte dela, e os meninos sentiram-se cada vez mais afastados dele; a vida em casa nunca mais foi agradável e satisfatória. A morte da mãe convenceu o jovem Jack de que o Deus que ele encontrava na Bíblia que sua mãe lhe dera não respondia sempre às orações. Esta dúvida inicial, somada a um regime espiritual excessivamente severo e a influência de uma governanta do colégio interno moderadamente ocultista alguns anos depois fizeram Lewis rejeitar o cristianismo e tornar-se ateu declarado. Lewis entrou em Oxford em 1917, como aluno e, na verdade, nunca saiu. “O lugar ultrapassou meus sonhos mais incríveis”, ele escreveu a seu pai depois de passar seu primeiro dia lá. “Eu nunca vi nada tão lindo”. Apesar de uma interrupção para lutar na Primeira Guerra Mundial (na qual foi ferido pela explosão de uma granada), ele sempre manteve seu lar e amigos em Oxford. Sua ligação com o lugar era tão forte, que quando ele ensinou em Cambridge, de 1955 a 1963, ele voltava à Oxford nos fins de semana para que pudesse estar perto de lugares e amigos que ele amava. Em 1919, Lewis publicou seu primeiro livro, uma série de versos líricos sob o pseudônimo de Clive Hamilton. Em 1924, tornou-se instrutor de filosofia na University College, e no ano seguinte foi eleito membro do Magdalen College, onde ele era instrutor de Língua Inglesa e Literatura. Seu segundo volume de poesia, Dymer, também foi publicado sob um pseudônimo. Conforme Lewis continuou a ler, passou a apreciar de modo especial o autor cristão George MacDonald. Um volume de Phantastes desafiou poderosamente seu ateísmo. “O que ele fez de verdade comigo, escreveu Lewis, foi converter, mesmo batizar... minha imaginação.” Os livros de G.K. Chesterton trabalharam da mesma forma, especialmente The Everlasting Man [O homem eterno], que levantou sérias questões sobre o materialismo do jovem intelectual. “Um jovem que deseja permanecer um ateu assumido não pode ser muito cuidadoso com sua leitura”, Lewis escreveu mais tarde em sua autobiografia Surpreendido pela alegria. “Deus é, se posso dizer assim, incompreensível”. Enquanto MacDonald e Chesterton estavam mexendo com os pensamentos de Lewis, seu amigo íntimo, Owen Barfield, atacava a lógica do ateísmo de Lewis. Barfield tinha se convertido do ateísmo para o teísmo, e então, finalmente, ao cristianismo, e ele freqüentemente atormentava Lewis sobre o seu materialismo. O mesmo fazia Nevil Coghill, um brilhante colega estudante e amigo de longa data, que, para a surpresa de Lewis, era “um cristão e um supernaturalista radical”. Logo depois de entrar para a Faculdade de Inglês em Magdalen College, em Oxford, Lewis conheceu mais dois cristãos, Hugo Dyson e J.R.R. Tolkien. Estes homens tornaram-se amigos íntimos dele. Ele admirava sua lógica e o fato de que eram brilhantes. Logo Lewis percebeu que a maioria dos seus amigos, assim como seus autores favoritos – MacDonald, Chesterton, Johnson, Spenser e Milton – criam neste cristianismo. Em 1929 estas estradas se encontraram e Lewis se rendeu, admitindo: “Deus era Deus. Ajoelhei e orei”. Em dois anos, o relutante convertido também passou do teísmo para o cristianismo e entrou para a Igreja Anglicana da Inglaterra. Quase imediatamente, Lewis tomou uma nova direção, mais notadamente em sua escrita. Os esforços anteriores para ser um poeta foram deixados de lado. O novo cristão devotou seu talento a escrever prosa, que refletia sua fé recém-encontrada. Depois de dois anos de sua conversão, Lewis publicou O regresso do peregrino (1933). Este pequeno volume abriu uma torrente de 30 anos de livros sobre a defesa da fé cristã e discipulado que se tornaram a ocupação de toda sua vida. Nem todos aprovavam seu novo interesse em apologética. Lewis recebia críticas dos membros do seu círculo mais íntimo de amigos, os Inklings (o apelido do grupo de intelectuais e escritores que se encontravam regularmente para trocar idéias). Mesmo amigos mais íntimos cristãos como Tolkien e Owen Barfield desaprovavam abertamente a fala e a escrita evangelísticas de Lewis. De fato, os livros “cristãos” de Lewis causavam tanta desaprovação que mais de uma vez ele perdeu a nomeação para professor em Oxford, com as honras indo para homens com menores reputações. Foi no Magdalene College, na Universidade de Cambridge, que Lewis foi finalmente honrado com uma cadeira em 1955. Os 25 livros cristãos de Lewis venderam milhões de exemplares, incluindo: Cartas de um diabo ao seu aprendiz (1942), Cristianismo puro e simples (1952), As crônicas de Nárnia (1950-56), O grande abismo (1946) e A abolição do homem (1943) – obras que a Encyclopedia Britannica incluiu em sua coleção de Grandes Livros do Mundo. Embora seus livros tenham lhe dado fama mundial, Lewis era em primeiro lugar um estudioso. Ele continuou a escrever história e crítica literária, tais como The Allegory of Love [A alegoria do amor] (1936), considerado um clássico em sua área, e English Literature in the Sixteenth Century [Literatura inglesa no século 16] (1954). Apesar de seus muitos feitos intelectuais, ele se recusou a ser arrogante: “A vida intelectual não é a única estrada para Deus, nem a mais segura, mas sabemos que é uma estrada, e pode ser a que foi apontada para nós. É claro, assim será enquanto mantivermos o impulso puro e desinteressado”. Lewis teve pelo menos um choque de discordância em sua estrada intelectual: um debate em 1948 com a filósofa britânica Elizabeth Anscombe. Anscombe leu um trabalho diante do Oxford Socratic Club (um fórum que Lewis dirigiu por muitos anos) no qual ela atacou a recente publicação de Lewis, Milagres, e todo seu argumento contra o naturalismo. Ela venceu naquele dia, e relatos dizem que ele ficou “profundamente perturbado” e “muito triste”. Ele nunca mais escreveu sobre apologética pura, embora continuasse a comunicar sua fé através da ficção e de outras formas literárias. Os livros não eram o único meio de compartilhar sua mensagem. Em 1941, o diretor de transmissão religiosa da BBC (que encontrava conforto pessoal através da leitura de O problema do sofrimento) perguntou se Lewis estaria interessado em falar no rádio. Embora o escritor odiasse rádio, ele reconheceu a oportunidade de alcançar uma audiência maior. O resultado foram sete grupos de conversas, transmitidos entre 1941 e 1944, com títulos como Right and Wrong: A Clue to the Meaning of the Universe [Certo e errado: uma idéia do significado do universo] e What Christians Believe [No que acreditam os cristãos]. As transmissões semanais eram muito populares – justamente o que os britânicos precisavam, pois andavam desencorajados e cansados da tristeza da Segunda Guerra Mundial. Sayer conta: “Eu me lembro de estar num bar cheio de soldados em uma noite de quarta-feira. Às 7h45, o barman ligou o rádio no programa de Lewis. ‘Ouçam este sujeito’, ele gritou, ‘vale realmente a pena ouvi-lo’. E os soldados ouviram com atenção por 15 minutos”. Além da fama crescente de Lewis como palestrante e um defensor da fé, as conversas na BBC produziram, pelo menos, dois grandes resultados. Um foi o livro Cristianismo puro e simples (1952), uma coleção destes programas, que hoje em dia é a segunda obra mais vendida de Lewis. O outro foi um dilúvio de correspondências, incluindo muitas cartas de pessoas que buscam algo no mundo espiritual para quem ele desejava dar uma resposta pessoal e detalhada. O grande volume de cartas levou-o a buscar a ajuda de seu irmão Warren como secretário, mas não lhe impediu de criar respostas que mostravam a mesma clareza de pensamento e graça literária encontrada em toda a sua obra. Uma correspondente em particular teve um papel importante na vida de Lewis. Em 1950, ele recebeu uma carta de Joy Davidman Gresham, uma nova-iorquina que se tornou cristã lendo O grande abismo e Cartas de um diabo a seu aprendiz. Lewis ficou impressionado com sua escrita e com a mente por trás de tudo e uma correspondência alegre e intensa se seguiu. Dois anos depois, Joy atravessou o Atlântico para visitar seu mentor espiritual na Inglaterra. Logo depois, seu marido alcoólatra a abandonou para viver com outra mulher e ela se mudou para Londres com seus dois filhos adolescentes, David e Douglas. Joy aos poucos entrou em problemas financeiros. Lewis a ajudou, assumindo as despesas do colégio interno dos meninos e pagando o aluguel de uma casa não muito longe da sua. Entre os dois cresceu uma profunda amizade, para o desgosto de muitos dos amigos de Lewis. Joy tinha muitos pontos contra ela: era americana, de descendência judia, ex-comunista, 16 anos mais jovem que Lewis, divorciada e com personalidade forte. Entretanto, ela estimulava a escrita de Lewis, e ele gostava de sua companhia. Ainda assim, não foi o amor, em primeiro lugar, que os motivou a se casarem em 1956. Joy não conseguiu renovar seu visto para viver na Inglaterra; sua única chance de ficar no país, então, era casar-se com um inglês. Lewis, gentilmente, ofereceu seus préstimos. Poucos meses depois da cerimônia de casamento civil, algo aconteceu para levantar as emoções de Lewis. Depois de uma queda grave em sua casa, Joy foi diagnosticada com câncer nos ossos. “Desde que ela foi atingida por esta notícia, eu a tenho amado mais”, Lewis escreveu a um amigo. Os dois se casaram numa cerimônia religiosa, com Joy de cama, e ela se mudou para a casa de Lewis, aparentemente para aguardar sua morte. No que pareceu um milagre, sua condição melhorou e ela e Lewis viveram três anos felizes juntos. Como ele escreveu para um amigo logo depois do seu casamento: “é engraçado ter aos 59 anos o tipo de felicidade que a maioria dos homens tem aos 20... ‘Mas você guardou até agora o melhor vinho’”. Uma escritora por seus próprios méritos, sua influência sobre o que Jack considerou seu melhor livro, Till We Have Faces [Até que tenhamos rostos] (1956), foi tão profunda que ele contou a um amigo próximo que ela foi, na verdade, sua co-autora. A morte de Joy, em 1960, assim como a de sua mãe, foi para Lewis um duro golpe. O melhor modo que ele conhecia para lutar contra seus sentimentos de luto, raiva e dúvida era escrever um livro. A anatomia de uma dor apareceu em 1961, e veio ao público sob um pseudônimo, porque era algo tão íntimo e pessoal que Lewis não suportaria publicá-lo com seu próprio nome. Poucos exemplares foram vendidos até que ele foi relançado com o nome verdadeiro do autor, após a sua morte. No verão e outono de 1963, a saúde de Lewis se deteriorou. Ele morreu enquanto dormia, no dia 22 de novembro: no mesmo dia em que John F. Kennedy foi assassinado. Talvez por causa do choque mundial pela morte do presidente, Lewis quase não foi mencionado nos jornais, e seu funeral teve a participação de sua família e de seus amigos íntimos, incluindo os Inklings. Lewis pode ter sido enterrado sem alarde, mas seu impacto nos corações e vidas nunca parou de crescer. Nas palavras do líder cristão e escritor John Stott: “Ele era centrado em Cristo, um cristão de tendência da grande tradição, cuja estatura, uma geração após sua morte, parece maior do que qualquer um jamais pensou enquanto ele ainda estava vivo, e cujos escritos cristãos são agora vistos como tendo status de clássicos... Eu duvido que alguém tenha conseguido compreendê-lo completamente”.
“O cristianismo, se é falso, não tem nenhuma importância, e, se é verdade, tem infinita importância. O que ele não pode ser é de moderada importância” - C.S. Lewis. Ted Olsen é diretor de notícias e diretor de redação de conteúdo online do grupo Christianity Today International.
Liderança segundo Deus: "As igrejas terão que avaliar quais são as lacunas que são totalmente inaceitáveis e quais são toleráveis."
Uma característica da natureza humana é uma ambição inata. Quem não quer ser alguém? Quem não quer subir no palco e ouvir as palmas bater? Superados os problemas de segurança e alimentação, diz o psicólogo Abraão Maslow, o homem quer sentir que valeu a pena viver. Ele quer fazer diferença, deixar um legado positivo. Apenas existir durante algumas décadas na terra não cria no íntimo aquele sentimento agradável que ele contribuiu algo de valor ao mundo. Se a origem deste incômodo vem de Deus, podemos entender porque Paulo escreveu 1 Timóteo 3:1: Digna de crédito é esta verdade. Se alguém almeja ser bispo (epíscopos, isto é, um supervisor responsável para uma comunidade), deseja uma excelente (kalos, bela, agradável) obra ou função. Poderíamos dizer: "Quem tem a ambição de ser líder de uma igreja cristã, quer algo que satisfará um profundo desejo em seu coração". Examinemos as condições básicas que Paulo alistou para seu discípulo querido, e o ideal para todo aquele que se sente chamado por Deus para conduzir uma igreja local. Qualificações do líder: 1) O candidato deve querer esta posição. Ainda que seja praxe em concílios, convocados para pedir do pretendente ao ministério pastoral uma confirmação que ele tenha um chamado para tal, Paulo emprega a palavra "quer". Pedro concorda: "Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade" (1 Pe 5:2). Sugere que, se falta este desejo, o candidato não deve ser considerado vocacionado por Deus. 2) Deve ser irrepreensível, isto é, sem falhas morais ou éticas que poderiam diminuir sua aceitação da parte de Deus e da igreja como líder. 3) Não pode ser casado com mais do que uma mulher. 4) Deve ser uma pessoa equilibrada sem tendências extremistas. 5) Deve ter domínio sobre suas emoções e apetites. É também o último item na lista do fruto do Espírito (Gl 5.23). 6) Deve ser digno de respeito da parte daqueles que conhecem bem o seu caráter, isto é, ter qualidades de integridade, honestidade e confiabilidade, sem ações e atitudes que desmentem suas palavras. Pratica o que prega. 7) Gosta das pessoas; gosta de hospedar irmãos que necessitam cuidados básicos – casa e comida. 8) Ele tem facilidade em expor o sentido real e prático da Palavra de Deus. Sendo expositor sério da Bíblia, não omite a responsabilidade de explicar e aplicar o texto às vidas dos ouvintes. Mostra no próprio texto como então Deus quer que Seus filhos vivam no contexto da pós-modernidade. 9) Ele evita qualquer comida, bebida ou droga que possa viciá-lo. Sabe do perigo de se escravizar a um prazer que não seja pecado em si. 10) Ele é manso, portanto não reage à provocações com violência, mas está pronto para perdoar. Longe de querer se vingar, ele cumpre o papel de pacificador e reconciliador. Confrontar pecadores não provoca temores exagerados neste servo do Senhor. 11) Não tem uma personalidade briguenta, mas amável. Tem ouvido para os problemas dos membros da igreja e simpatiza com as pessoas nas intermináveis lutas delas. 12) Não tem nem uma só gota de sangue avarenta cursando pelas suas veias. Seu espírito generoso tem somente os limites dos seus recursos. 13) Vive numa casa ordeira, organizada, que reflete sua disciplina pessoal. Seus filhos são respeitosos e obedientes. Eles amam o Senhor e se sentem privilegiados acima dos colegas da escola que não têm pais tão comprometidos com Deus como eles têm. 14) Não é tão novo na fé que os membros na igreja o reputem imaturo. Feliz no serviço de Deus, sua sabedoria excede em muito os seus anos. Muitas igrejas são lideradas por pastores que carecem de algumas ou mesmo muitas das qualificações que Paulo estipula. Provavelmente, a Timóteo faltava um ou outro destes valores, mas isto não o desqualificou. Ele tinha o aval de Deus segundo 1 Timóteo 4.14! As igrejas terão que avaliar quais são as lacunas que são totalmente inaceitáveis e quais são toleráveis. Dr. Russell Shedd é Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo (Escócia), pastor, professor, escritor e conferencista
"...OREMOS PELA IGREJA PERSEGUIDA !!! PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS AINDA É UMA REALIDADE."
Revista do 2 trimestre 2015 CPAD Postado por José Dos Reis , A CPAD lançou o tema do II Trimestre de 2015. Será: Jesus. o Homem Perfeito - o Evangelho de Lucas, o Médico Amado do Comentarista José Gonçalves. Possamos usufruir destes ensinamento para o crescimento espiritual. No 2º Trimestre de 2015 a Casa Publicadora das Assembleias de Deus disponibilizará a revista Lições Bíblicas com o tema Jesus. o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o Médico Amado, cuja autoria dos comentários é do Pastor José Gonçalves. Lucas, o médico amado, não foi um apóstolo nem tampouco foi uma testemunha ocular da vida de Jesus, todavia deixou uma das mais belas obras literárias já escritas sobre os feitos do Salvador e os primeiros anos da comunidade cristã. Este livro de natureza devocional-teológica analisa o Evangelho de Lucas e nele encontrar a presença de Jesus, o Homem Perfeito. As lições são: Lição 01: O Evangelho Segundo Lucas Lição 02: O Nascimento de Jesus Lição 03: A Infância de Jesus Lição 04: A Tentação de Jesus Lição 05: Jesus Escolhe seus Discípulos Lição 06: Mulheres que Ajudaram Jesus Lição 07: Poder sobre as Doenças e Morte Lição 08: O Poder de Jesus sobre a Natureza e os Demônios Lição 09: As Limitações dos Discípulos Lição 10: Jesus e o Dinheiro Lição 11: A Última Ceia Lição 12: A Morte de Jesus Lição 13: A Ressureição de Jesus Lucas - O Evangelho de Jesus, O Homem Perfeito (Livro de apoio do 2º Trimestre/2015) Evangelho de Lucas, Jesus, O Homem Introdução: O livro de Lucas é o evangelho mais detalhado, mais minucioso, que narra tudo desde o princípio revelações mais profundas dAquele que é desde o Princípio Jesus. Lucas não foi um discípulo da escola apostólica. Ele era gentio. Lucas escreve o evangelho baseando-se em pesquisas nos demais evangelhos e entrevistas com os que viveram com Jesus. Em Lucas 1:1-4, está a explicação do por quê o livro foi escrito Era necessário ao Espírito. Na saudação ele fala de Teófilo, que quer dizer Excelente o livro foi escrito aos excelentes, aos fiéis, aos amigos dO Senhor. Finalidade: Para que os excelentes tenham plena certeza das verdades em estão sendo ensinados. (Lucas 1:4) Considerações sobre o livro: a] Lucas apresenta Jesus como O Homem, O Filho dO Homem; então quando lermos o livro devemos ver em Jesus o homem, sujeito a tudo em que toso homem está, porém, vencendo a carne, para ser perfeito e ser oferecido sem pecado, para o perdão da humanidade. Quando o Adão peca, trouxe sobre sua cabeça o juízo de morte que estava decretado, mas Jesus se oferece para morrer em seu lugar, para que o homem não morresse pecador, então Ele sendo Deus, se faz homem, porém sem pecado, para morrer sem pecado em lugar de Adão, e assim vencer a morte. E foi o que fez. b] O livro por apresentar Jesus como homem, como ser humano, traz a sua genealogia no capítulo 3:23-38; c] O livro foi escrito aos gregos. Um povo terrivelmente idólatra, mas muito estudioso e quando foi-lhes apresentado O Jesus Salvador, buscava nas escrituras para saber se era realmente verdade tudo o que ouviam. Paulo fala que os que fazem isto são mais excelentes. Os gregos cultuavam os homens, a sabedoria... toda a mitologia que ainda hoje se ouve falar é de origem grega. Por esse motivo, também, Jesus é apresentado como homem, porém filho dO Homem (Deus); d] Jesus é apresentado aqui como homem, O Filho do Homem. Ezequiel no capítulo 2 narra também uma visão que teve do Senhor e o apresenta como um ser que tinha quatro faces - Homem, leão, bezerro e águia e o significado disto é que Jesus se fez homem, mas Ele é O Rei, Ele é O Bezerro (ou cordeiro) do sacrifício e a águia, apresenta-o como O Filho de Deus. e] Quando as tribos no deserto, antes de entrarem em Canaã, acampavam-se ao redor do Tabernáculo, três tribos ficavam do lado esquerdo: Naftali, Aser e Dã. O homem, O Filho amado dO Pai. Que está perto do coração dO Pai. f] Quando Naftali nasce, sua mãe, Lia, profere estas palavras: “com grandes lutas tenho competido com minha irmã e logro prevalecer” Jesus era homem e precisava vencer o pecado para se apresentar puro. A carne é a irmã do espírito e as duas lutam constantemente, mas o espírito prevalece. (Gen 30:8); g] De Aser temos estes versículos maravilhosos, profetizando sobre O Senhor Jesus homem: Gen 30:13 - As palavras de sua mãe: “É a minha felicidade! Porque as filhas me terão por venturosa” . São as mesmas palavras de Maria em Lucas 1:48; Gen 49:20 - A bênção de Jacó “Aser, o seu pão será abundante, e ele motivará delícias reais.” É o pão vivo que desceu do céu e se fez homem; Deut 33:24-25 - A bênção de Moisés “De Aser disse: Bendito seja Aser entre os filhos de Jacó, agrade a seus irmãos, e banhe de azeito o seu pé. Sejam de ferro e de bronze os seus ferrolhos, e como os teus dias durará a tua paz.” Agrade a seus irmãos - na sua morte nos trouxe alegria. Aser quer dizer felicidade - é a felicidade do servo, da igreja fiel. Banhar de azeito - derramar do Seu Espírito Santo. Ferro e bronze - Juízos e justiça dO Senhor. Como os teus dias durará a tua paz - Eu vos dou a paz... eterna. h] Dã significa Justiça, Deus me julgou (Gen 30:6) Mas por causa do Sangue de Jesus, no dia do juízo alcançaremos misericórdia, e nos fará entrar as Sua habitação, na casa dO Pai. Gen 49:16 e 18 - A bênção de Jacó sobre Dã “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. A tua habitação espero, ó Senhor!”. i] Então leremos o livro observando o Filho de Deus que se fez homem, para pagar o preço do pecado no lugar do homem. Observações: 1.Na passagem dos pastores, não é narrado como em Mateus o encontro deles com Herodes; 2.Os gregos tinham muitos deuses. Se Jesus fosse apresentado como Deus, para eles seria apenas mais um entre tantos outros. Mas ao apresenta-lo como homem, mas um homem diferente, especial, superior, cheio do Espírito Santo, era de despertar-lhes a curiosidade e atençã 3.Os gregos também buscavam a perfeição, buscavam o conhecimento, por isso Lucas escreve aos excelentes (ou aos que querem ser perfeitos). Fonte: http://www.renatobromochenkel.com.br/ Read more: http://euvoupraebd.blogspot.com/2015/02/revista-do-2-trimestre-2015-cpad.html#ixzz3VhDa2EwG
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei." (Rm3.31) 0 Senhor Jesus definiu de maneira clara a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho. LEITURA DIÁRIA Segunda – Ne 10.28,29 A lei de Deus é a mesma lei de Moisés, o servo do Senhor. Quinta - Mt 23.23 Nem todos os mandamentos têm o mesmo peso para o nosso Deus Terça – Mc 7.9-13 0 Senhor Jesus reconhecia a lei como a Palavra de Deus Sexta - Rm10.4 A lei testemunhava de antemão a salvação em Cristo Quarta – Lc 24.44 O Senhor Jesus é o centro e o cumprimento da lei e dos profetas Sábado - Jr 31.3 Cristo imprimiu a lei no mais profundo do coração humano LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Mateus 5.17-20; Romanos 7.7-12 Mateus 5.17-20 17.Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. 18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. 19. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. 20. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Romanos 7:7-12 7. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. 8. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado. 9. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. 10. E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. 11. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou. 12 E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. OBJETIVO GERAL Ressaltar o fato de que Jesus definiu, de maneira clara, a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. I. Mostrar o que significa "cumprir a lei". II. Explicar que Jesus viveu a lei. III. Ressaltar que a lei não pode ser revogada. IV. Enfatizar que a lei e o evangelho se completam. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A "lei de Deus" no presente estudo diz respeito a todo o Pentateuco e não apenas aos Dez Mandamentos, pois o Decálogo é parte da lei. A lei de Moisés não consiste apenas num compêndio religioso, pois trata de profecias, histórias, registros genealógicos e cronológicos, regulamentos, ritos, cerimônias, exortações morais, civis e cerimoniais, sacerdotes, sacrifícios, ofertas, festas e o tabernáculo. Há nela a base e a estrutura social e política do Estado. É inegável a sua contribuição na legislação de todos os povos da terra, daí a sua influência no Estado e na Igreja. [Comentário: Os Dez Mandamentos encabeçam os demais preceitos entregues por Deus a Moisés no monte Sinai desde Êxodo 19.16-19 até Levítico 26.46; 27.34. Esses preceitos são identificados com frequência como estatutos, juízos, leis e mandamentos. Muitos deles são repetidos nos livros de Números e Deuteronômio. Todo esse sistema legal integra o Pentateuco, que aparece na Bíblia como lei, livro da lei, lei de Moisés, lei de Deus, lei do Senhor. É oportuno aqui esclarecer o que a Bíblia quer dizer quando usa as palavras "lei de Deus". O termo aparece sete vezes nas Escrituras, quatro no Antigo Testamento e três no Novo, e em nenhum lugar diz respeito ao Decálogo. As quatro primeiras ocorrências se referem a toda a lei de Moisés, ao Pentateuco, como livro: "Josué escreveu estas palavras no livro da Lei de Deus" Os 24.26); "E leram o livro, na Lei de Deus... ele lia o livro da Lei de Deus" (Ne 8.8,18); "e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos" (Ne 10.29). Assim, as expressões "lei de Deus", "lei do Senhor" e "lei de Moisés" dizem respeito à mesma coisa (Ne 8.1, 8, 18; Lc 2.22, 23). Trata-se do Pentateuco no seu todo, e não apenas do Decálogo, do livro, e não das tábuas de pedra. As outras três aparecem somente em Romanos, e nenhuma delas diz respeito ao Decálogo: "Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus... Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado" (Rm 7.22, 25). O termo "lei" aparece cerca de 70 vezes nesta epístola com amplo significado, cuja explanação não cabe aqui. A "lei de Deus" neste contexto contrasta a "lei do pecado", mostrando tratar-se de um princípio. A outra ocorrência é no capítulo seguinte: "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser" (Rm 8.7). O homem carnal não tem lei nem se submete à vontade de Deus que o apóstolo chama de "lei de Deus". Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.Editora CPAD. pag. 140-141.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras! I.0 QUE SIGNIFICA "CUMPRIR A LEI"? 1. Completar a revelação. Jesus disse que veio cumprir a lei e os profetas (5.17). 0 que significa isso? 0 verbo grego para "cumprir" é pleroo e significa "cumprir, completar, encher". Devemos recordar o sentido de torah, estudado na lição 1, como instrução revelada no Sinai. Ao longo do trimestre, vimos os aspectos teológico e ético do Decálogo. O Antigo Testamento contém instrução e doutrina sobre Deus, o mundo e a salvação, mas sua revelação é parcial. A manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação (Hb 1.1,2). [Comentário: A que se referia Jesus, então, quando falava de "a Lei"? Disse que não tinha vindo para destruir a lei e sim para cumpri-la. Quer dizer, veio para pôr de manifesto o verdadeiro significado da Lei. Qual era o verdadeiro significado da Lei? Mesmo por trás da lei oral dos escribas e fariseus, havia um grande princípio de crucial importância, que estes não compreendiam a não ser de maneira equivocada e imperfeita. Este grande princípio fundamental é que em todas as coisas o homem deve procurar a vontade de Deus e que uma vez que a conhece deve dedicar toda sua vida a obedecê-la. Os escribas e fariseus tinham razão ao procurar a vontade de Deus, e não se equivocavam ao dedicar a vida a sua obediência; mas se equivocavam ao acreditar que suas centenas e milhares de insignificantes normas legalistas eram a vontade de Deus. Qual é, pois, o verdadeiro princípio, que respalda a Lei em sua totalidade, esse princípio que Jesus deveu cumprir, esse princípio cujo verdadeiro significado veio a nos mostrar? Quando examinamos os Dez Mandamentos, que são a essência e o fundamento de toda a Lei, podemos nos dar conta que todo o seu significado pode resumir-se em uma só palavra – respeito, ou até mais adequadamente, reverência. Reverência para com Deus e para o nome de Deus, reverência pelo dia de Deus, respeito aos pais, respeito à vida, respeito à propriedade, respeito à personalidade, respeito à verdade e ao bom nome de outros, a respeito a si mesmo, de tal modo que jamais possam chegar a nos dominar os maus desejos. Estes são os princípios fundamentais que resumem o significado dos Dez Mandamentos. Os princípios fundamentais dos Dez Mandamentos são a reverência para com Deus e o respeito a nossos semelhantes e a nós mesmos. Sem esta reverência e este respeito fundamentais não pode haver Lei. Sobre estas atitudes se apoia toda lei. E é esta reverência e este respeito o que Jesus deveu cumprir. Veio para demonstrar aos homens, em sua própria vida concreta de cada dia, o que é a reverência para com Deus e o respeito para com o homem. A justiça, diziam os gregos, consiste em dar a Deus e aos homens o que merecem. Jesus veio para mostrar, na vida, o que significa a reverência que Deus merece e o respeito que o homem merece. Essa reverência e esse respeito não consistiam na obediência de uma multidão de meticulosas regras e estatutos. Não exigia o sacrifício, a e sim a misericórdia; não era um legalismo e sim o amor; não era uma série de proibições que estipulavam detalhadamente o que não se devia fazer, e sim uma série breve de mandamentos fundamentais que levavam o crente a modelar sua vida a partir do mandamento positivo: o do amor. A reverência e o respeito que constituem o fundamento dos Dez Mandamentos jamais passarão. São a própria substância da relação de cada indivíduo com Deus e com o seu próximo. BARCLAY. William. Comentário Bíblico. Mateus. pag. 141-143.] 2. Cumprimento das profecias. Jesus iniciou o seu ministério terreno dizendo: "o tempo está cumprido" (Mc 1.14,15). Diversas vezes encontramos no Novo Testamento, a declaração como: "Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura" (Jo 19.36), ou fraseologia similar, principalmente no Evangelho de Mateus (Mt 1.22; 2.17,19; 4.14) dentre outras citações. As profecias se cumpriram em Cristo. [Comentário: Era um costume romano abandonar os cadáveres na cruz, deixando-os aos cães e abutres. Mas havia uma lei judaica que “proibia deixar um corpo no local da execução de um dia para outro”. "O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança”. (Deuteronômio 21:23). Por essa razão, e porque era a preparação, i.e., a véspera do sábado, os judeus... rogaram a Pilatos que quebrassem as pernas das vítimas, e fossem tirados. Esta prática brutal, conhecida como crurifragium, era usada como um meio de apressar a morte. Ela envolvia a quebra das pernas das vítimas com uma grande marreta. Os soldados fizeram isto com os dois ladrões que foram crucificados com Jesus. Mas, vindo a Jesus e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. João registra aqui o cumprimento das Escrituras: Nenhum dos seus ossos será quebrado; cf. Êx 12.46; Nm 9.12. Jesus foi o sacrifício perfeito, tanto na morte quanto na vida. Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. João. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 158.] 3. O centro das Escrituras. A provisão do Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção. 0 Espírito Santo conduziu a Revelação na vida do povo israelita de tal maneira que os apóstolos puderam observar cada pormenor na vida e no ministério terreno do Senhor Jesus Cristo. A ideia cristológica está completamente embutida na lei e nos profetas. Todo o pensamento bíblico [Comentário: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco. Jesus se refere ao seu ministério, até à hora da sua crucificação, como a alguma coisa que já fazia parte do passado. As palavras estando ainda convosco não só predizem a sua ascensão, mas também indicam que mesmo naquele momento em que está falando, Ele não está “com eles”, no mesmo sentido usado anteriormente. Sua morte e ressurreição mudaram o mortal para imortal, e criaram uma diferença entre eles que apenas a morte e a ressurreição deles próprios poderiam lhes permitir transcender. Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos. A Lei, os Profetas e os Salmos são as três principais divisões das Escrituras Hebraicas. Deste modo, Jesus está se referindo à série completa da profecia messiânica, da primeira promessa em Gênesis 3.15 até o Livro de Malaquias. Ele deixa claro um vínculo inseparável entre Ele mesmo e esta profecia do Antigo Testamento. O Senhor lembra aos seus discípulos que Ele deixou este ponto claro enquanto ainda estava com eles. Antes de sua morte, a ênfase era de que se cumprisse tudo, e se referia ao seu ministério terreno. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 497..] SÍNTESE DO TÓPICO I As profecias se cumpriram em Cristo e, por isso, as Escrituras expõem que toda Lei foi cumprida em Jesus. II. 0 SENHOR JESUS VIVEU A LEI 1. Preceitos cerimoniais. Veja a explicação dos preceitos cerimoniais, civis e morais na lição 2 e seu cumprimento na vida e na obra de Cristo. O Senhor Jesus cumpriu o sistema cerimonial da lei na sua morte (Mt 27.50,51; Lc 24.46). As instituições de Israel com suas festas, os holocaustos e os diversos tipos de sacrifícios da lei de Moisés eram tipos e figuras que se cumpriram em Cristo (Hb 5.4,5; 1 Co 5-7). Assim, as cerimônias cessaram, mas o significado foi confirmado (Cl 2.17). [Comentário: Col 2.16,17 Portanto refere-se ao que acabou de ser apresentado e leva à conclusão: Ninguém vos julgue (“dê seu parecer sobre vós”). Todas as outras religiões envolvem atos e práticas de reconciliação inferiores e inúteis: pelo comer, ou pelo beber (alimentos), dias de festa (festividades anuais), lua nova (observância mensal), sábados (observância semanal) (Nm 28.9). Embora não haja no original grego o artigo definido os antes de sábados, seu uso esclarece o significado. Paulo estava resistindo aos judaizantes que insistiam na observância legalista do sábado. Estas eram questões nas quais os inimigos de Cristo tiveram sucesso em crucificá-lo (Rm 14.1ss.; 1 Tm 4.3; Tt 1.14; Hb 9.10ss.; 13.9,10). Que são sombras (17) é explicado no versículo 18 e posto em contraste no versículo 19. O termo sombras caracteriza os sistemas ritualistas do judaísmo. As sombras são indicativas da realidade, Cristo. No Antigo Testamento, viam-se apenas as sombras. No Novo Testamento, o corpo (soma, “substância”), que é Cristo, está presente. Mas mesmo hoje temos aqueles que seriam “escravos de sombras”, tipos, formas e rituais. A base da exortação de Paulo aqui é a obra de Cristo; questões de calendário não têm valor como meio de salvação (Rm 14.17). Sua função mostra o sacrifício de Cristo. Que tolice chamar as sombras de realidade! John B. Nielson. Comentário Bíblico Beacon. Colossenses. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 327.] 2. Preceitos civis. Lutero dizia que a função civil da lei ainda continua para manter a ordem e o bem-estar da sociedade. Segundo Martyn Lloyd-Jo- nes, Jesus cumpriu também o sistema jurídico da lei. Com sua morte, Ele transferiu os privilégios de Israel para a Igreja (Êx 10.6,7; 1 Pe 2.9,10). Jesus disse às autoridades judaicas que "o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos" (Mt 21.43). Com isso, Israel deixou de ser um Estado Teocrático. A Igreja é a plataforma de Deus na Terra para anunciar a verdade (1 Tm 3.15). [Comentário: «O reino de Deus...» Jesus aplica a parábola aos que ouviam e à nação inteira de Israel. Ele acabara de ilustrar o sentido da parábola dos «lavradores maus» mostrando que as obras de Deus podem ser comparadas a um edifício que requer uma maciça pedra angular, como também o templo de Deus, em Jerusalém, tinha uma dessas pedras. Os construtores do templo espiritual haviam rejeitado a pedra angular que fora cortada por ordem do arquiteto em chefe. Para esses, isto é, para o povo de Israel, a edificação terá de cessar até que a principal pedra angular seja devolvida ao seu devido lugar. Mas chega, finalmente, o tempo em que Israel tornará a construir sobre essa pedra. Nesse ínterim, as obras de Deus não cessam. Deus planta uma nova vinha e envia novos servos, tendo garantido de antemão o sucesso da empreitada. O novo povo, como é óbvio, refere-se à Igreja. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 523.] 3. Preceitos morais. Os Dez Mandamentos são representados pelos dois grandes mandamentos; amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.28-33). Na verdade, toda a lei e os profetas nisso se resumem (Mt 22.40). Trata-se de uma combinação de duas passagens da lei (Dt 6.4,5; Lv 19.18). São preceitos que foram resgatados na Nova Aliança e adaptados à graça, de modo que a Igreja segue a lei de Cristo, a lei do amor, e não o sistema mosaico (Rm 6.14; 13.9,10; Gl 5.18). O Senhor Jesus cumpriu todos esses mandamentos durante a sua vida terrena. [Comentário: Jesus acrescentou: Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas - isto é, todo o Antigo Testamento. Esses são os dois mandamentos-chave, que demonstram o significado de todos os demais. Como a essência de todo o Antigo Testamento está contida nesses mandamentos, é óbvio que a santidade como padrão para o povo de Deus não é isolada na dispensação do Evangelho. O que é especial na nova aliança é o meio com o qual os homens devem atender a esse padrão, e a medida (ou o grau de perfeição) com que devem cumpri-lo. O poder para alcançar a plenitude interior tornou-se agora a herança de cada filho de Deus. É um poder que altera de tal maneira o afeto e preenche o ser com o Espírito Santo, que amar a Deus com todo o ser torna-se uma atitude natural e espontânea (Rm 5.5). Quando Deus promete que na nova aliança Ele irá colocar as suas leis no entendimento e no coração do seu povo (Hb 8.10; Jr 31.33), Ele está se referindo, acima de tudo, a estes dois mandamentos, pois eles incluem todos os outros. Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Mateus. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 155.] SÍNTESE DO TÓPICO II Jesus Cristo viveu toda a Lei. III. A LEI NÃO PODE SER REVOGADA 1. Jesus revela seu pensamento sobre a lei. Talvez o discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças tivesse deixado dúvida sobre a posição de Cristo a respeito da lei e dos profetas. Ele não era um reacionário; nasceu conforme a lei e viveu de acordo com ela (Lc 2.21-24; 4.15,16; Gl 4.4). Jesus falou de maneira direta que não veio revogar a lei e nem os profetas, mas veio para os cumprir (Mt 5.17). Havia chegado o momento de esclarecer seu pensamento sobre a lei. [Comentário: Jesus disse muito explicitamente: “Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.” Entretanto, certa ocasião Jesus aprovou seus discípulos quando eles quebraram a lei dos judeus quanto ao trabalho no sábado (Mc 2.24), e o próprio Jesus aparentemente aboliu a lei cerimonial ao considerar puros todos os alimentos (Mc 7.19). Os discípulos de Jesus rejeitaram claramente muito do que era da lei do AT, inclusive a circuncisão (At 15; Gl 5.6; 6.15). De fato, Paulo declarou: “Não estais debaixo da lei e sim da graça” (Rm 6.14), e afirmou, também, que os Dez Mandamentos, gravados em pedra, tinham sido removidos em Cristo (2 Co 3.7,14). http://www.cacp.org.br/jesus-veio-para-por-fim-a-lei-de-moises/. A ideia cristológica não se restringe a esses vaticínios e ocupa todo o pensamento das Escrituras hebraicas. A provisão do Antigo Testamento sobre a obra redentora de DEUS em CRISTO é muito rica de detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de CRISTO na história da redenção (Os 11.1; Mt 2.15) e nas suas instituições e festas (Êx 25.8; Jo l.l4;Hb5.4,5;Êx 12.3-13; Lc 22.15; 1 Co 5.7). A lei e os profetas convergem para JESUS; ele é o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento (Lc 24.26,27,44). A expressão "a lei e os profetas" aparece com frequência no Novo Testamento para designar as Escrituras do Antigo Testamento (Mt 7.12; 22.40; At 13.15; Rm 13.21) ou fraseologia similar (Mt 11.13; Jo 1.45; At 28.23). Mas a presença do "ou" disjuntivo aqui mostra duas partes distintivas, em que nem uma e nem outra é para ser abolida (Jo 10.35). Aqui não se trata apenas dos preceitos morais, e o Decálogo nem sequer é mencionado no Novo Testamento como tal. Jesus fala ainda a respeito da existência de mandamentos menores: "Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos" (Mt 5.19). Isso por si só invalida a interpretação de que a lei é uma referência aos preceitos morais. Existem mandamentos menores entre os preceitos morais? A resposta é não. Jesus, portanto, está se referindo a todo o sistema mosaico e às demais Escrituras do Antigo Testamento. Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.Editora CPAD. pag. 145-146.] 2. "Até que o céu e a terra passem". Jesus disse que "até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido" (Mt 5.18). O jota é a menor letra do alfabeto hebraico; ocupa a metade da linha na escrita, é a décima letra e se chama iode. O til é um sinal diacrítico para distinguir uma letra da outra. Nenhuma parte da lei passará, nenhuma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se cumpra. Como disse o pastor John Stott, "a lei tem a duração do universo". [Comentário: Até que o céu e a terra passem. Subentende que a lei e os profetas jamais seriam revogados, porque, segundo a doutrina judaica, o céu e a terra são eternos (Baruch 3:32; Luc. 16:17). «Até que tudo se cumpra» não alude a um tempo quando, finalmente, a lei e o profetas serão revogados, mas é o modo enfático de dizer «nunca*. A expressão «até que o céu e a terra passem», provavelmente é uma fórmula comum para mostrar a invariabilidade da palavra divina. Posteriormente Jesus empregou quase as mesmas palavras para indicar que suas próprias palavras são invariáveis e eternas: «Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão» (Mat. 24:35; ver também Marc. 13:31 e Luc. 21:33). Jesus não estava ensinando, nesse versículo (Mat. 5:18), se o céu e a terra passarão ou não, mas simplesmente dava a idéia comum (que não passarão) afim de ilustrar a importância e a imutabilidade da palavra e das ordens emanadas de Deus. «Nem um i ou um til. O «i» (iota,no grego) é a letra «yod» no hebraico, a menor letra do alfabeto. Na Bíblia hebraica há mais de 66 mil dessas letras. «r;V»é uma pequena marca que distingue certas letras hebraicas de outras. Nos escritos dos rabinos nota-se que às vezes advertiram aos escribas para que tivessem o cuidado de não escrever uma letra parecida com outra, o que poderia modificar o sentido das Escrituras. É mister que notemos aqui a importância dada por Jesus às Escrituras do V. T., o que contrasta violentamente com alguns modernos, que rejeitam essas Escrituras ou lhes dão pouco valor. E verdade que o modernismo começa nesse ponto (rejeitam ao V. T.), como na cultura grega ou romana. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 309.] 3. O menor mandamento (Mt 5.19). Há muita discussão sobre esta questão. Uns acham que Jesus se referia ao jota e ao til; outros, aos preceitos cerimoniais. Havia longos debates entre os rabinos da época sobre os mandamentos mais leves e mais pesados. Eles consideravam mandamento leve não tomar a mãe com os filhotes num ninho (Dt 22.6). Parece existir, sim, na lei, mandamento de maior ou de menor significância (Mt 23.23). Porém, não é disso que Jesus está falando aqui, pois o enfoque é sobre o anular a autoridade da lei e ensinar que ela pode ser ignorada. O verbo grego é lyo, cuja ideia básica é "desatar, desamarrar, soltar", empregado mais adiante para "anular" (Jo 10.35). [Comentário: Aquele, pois, que violar um... É natural que ao perdurar por muito tempo um sistema religioso ou outro, comece o seu declínio; aparecem indivíduos, talvez até mestres e líderes religiosos, que alteram o caráter original da religião e da doutrina. Nos tempos modernos notamos que é raro que um sistema conserve os seus propósitos e ensinos originais por mais de cem anos. Geralmente, antes desse tempo, já é bem avançado o processo de deterioração. Alguns pensam que Jesus se referiu a alguém como João Batista, que não observava dias e festividades especiais e que dava pouca importância aos cultos e reuniões no templo. Tal pessoa seria o mínimo no reino dos céus ou no reino que Cristo estabeleceria no mundo. Poderia ser pessoa sincera, religiosa, etc., mas simplesmente teria perdido algo muito necessário a adoração a Deus. Dificilmente, porém, pode-se aceitar tal ideia. Em primeiro lugar, o texto mostra que Jesus não falava da lei cerimonial e do formalismo que emprestaram ao judaísmo seu caráter singular. O próprio Jesus guardava essas leis. Aludia a algo mais sério e fundamental do que o formalismo. Falava da lei moral, porque essa não sofre modificações. Não podemos imaginar que Jesus desse tal importância à lei cerimonial que chegasse a dizer que nem um «i» e nem um «til» jamais seriam modificados. É difícil crer que ele não tenha antecipado até mesmo a eliminação da lei cerimonial. Assim sendo, quando ele falou em «violar um destes mandamentos», referia-se morais. O resto do capítulo e do sermão (caps. 7 e 8) demonstram o fato. Referia-se às leis morais, ao juramento, à vingança, ao amor, à justiça etc. Estavam em foco os fariseus e outros líderes oficiais dos judeus, particularmente os mestres, rabinos e escribas do povo, que tinham por responsabilidade ensinar a lei ao povo. Mais tarde Jesus mostrou que esses mestres do povo não interpretavam corretamente a lei. Por exemplo, no vs. 38, sobre «olho por olho» (que era ensino dos rabinos), disse Jesus: «Eu, porém, vos digo, não resistais ao perverso». Ou no vs. 43, «Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo» (que era ensino dos rabinos e escribas), mereceu de Jesus uma reprimenda que começa com" «Eu, porém, vos digo», etc. «Mínimo no reino». Os mestres que interpretam erroneamente e assim ensinam, levam outros a errar por seus ensinos; esses homens serão—os menores—no reino. É provável que Jesus fizesse alusão especial ao reino do Messias, por ele oferecido. Nesse reino, tais mestres teriam pouca importância, em contraste com a posição antes ocupada. Talvez a interpretação seja mais ampla do que essa, segundo fazem alguns comentaristas, que aplicam as palavras até mesmo ao «céu» ou ao «inferno». O apóstolo Paulo parece ensinar algo semelhante em I Cor. 3:13-15: «...manifesta se tornará a obra de cada um ... se permanecer a obra de. alguém.... receberá galardão...se queimar,.sofrerá dano... será salvo, todavia, como que através do fogo». Mas a interpretação principal é aquela dada acima. «Grande». Não o «maior». Só Deus poderia fazer tal declaração. O serviço bem feito, segundo as regras de Deus, merece o galardão dado por Deus. Provavelmente Jesus pensou nos santos do V. T., nos profetas e em Moisés. Foram exemplos de «grandes» indivíduos. Pregaram, mas também obedeceram aos mandamentos de Deus. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 309.] SÍNTESE DO TÓPICO III Jesus Cristo não veio revogar a lei, pois ela não pode ser anulada. IV. A LEI E O EVANGELHO 1. O papel da lei. Ninguém é justificado pelas obras da lei (Gl 2.16). A função dela não é salvar, mas nos conduzir a Cristo (Gl 3.11,24). Ela veio para revelar e condenar o pecado (Rm 3.20; 7.7). Deve o cristão anular a lei? A resposta paulina é: "De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei" (Rm 3.31). 0 que isso significa? Que a fé cristã não é antinomianista, do grego anti "contra"; nomos, "lei". Isso diz respeito aos que erroneamente pregavam que a graça dispensa a obediência. 0 apóstolo refutou tal ideia a vida inteira (Gl 5.13). [Comentário: Paulo descreve esta verdadeira função da lei usando uma figura ilustrativa que era amplamente compreendida na sociedade dos seus dias: De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo. O termo grego paidagogos (aio) significa “guarda” (cf. “guardiã”, BAB), “tutor” (CH, NVI) ou “guia” e referia-se ao “homem, na maioria das vezes escravo, cujo dever era levar e trazer da escola um menino ou moço e superintender sua conduta em geral; ele não era um ‘professor’ (apesar do significado atual do derivado ‘pedagogo’)”. Paulo está descrevendo como a lei põe o homem sob uma escravidão como a de uma criança menor sob a supervisão de um criado-escravo. Nos próximos versículos, veremos que tal supervisão não é mais necessária ao homem de fé. A observação importante neste ponto é que a lei, trancando o homem debaixo do pecado e para a fé, exerceu a função temporária de protegê-lo e prepará-lo para a vinda de Cristo. Ao contrário do argumento dos oponentes de Paulo, a lei não tinha função permanente, mas serviu apenas para que, pela fé, fôssemos justificados. R. E. Howard. Comentário Bíblico Beacon. Gálatas Editora CPAD. Vol. 9. pag. 51.] 2. Jesus e Moisés estão do mesmo lado. 0 termo "lei" na língua hebraica é torá, e isso já foi estudado na lição 1. Ali aprendemos também que esta palavra vem de um verbo que significa "instruir, ensinar". Por essa razão, a palavra ”lei", às vezes, refere-se às Escrituras Sagradas (1 Co 14.21). Esse parece ser o sentido aqui, pois o apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento (Rm 3.19). Porém, a possibilidade de uma aplicação ao Pentateuco não é descartada, nesse caso, pois a frase "antes, estabelecemos a lei" (Rm 3.31b) não significa servidão ao sistema mosaico, mas que a fé confirma a lei, visto que o Evangelho justifica aqueles a quem a lei condena (Rm 8.4; 13.10). [Comentário: I Cor 14.21 As línguas, como os coríntios as usavam, eram mais um sinal do julgamento de Deus do que da misericórdia para quaisquer pessoas (v. 21): “Está escrito na lei (isto é, no Antigo Testamento): Por gente doutras línguas e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor” (Is 28.11; comparar Deuteronômio 28.46,49). Entende-se que o apóstolo se refira a essas passagens. Ambas são entregues na forma de ameaça, e uma supõe-se que interpreta a outra. O significado neste ponto de vista é de que é uma evidência de que o povo está abandonado por Deus quando Ele lhes dá esse tipo de instrução, para a disciplina através daqueles que falam outra língua. E certamente o discurso do apóstolo sugere: “Vós não deveis estar afeiçoados aos sinais do aborrecimento divino. Deus pode não ter recompensas graciosas para aqueles que são deixados meramente a esse tipo de instrução, e que são ensinados em língua que não compreendem. Eles podem nunca ser beneficiados por ensinamentos como esse; e, quando eles forem deixados a ele, será um triste sinal de que Deus os considera irrecuperáveis”. E os cristãos devem desejar estar em tal estado, ou conduzir as igrejas a ele? Contudo, é o que faziam de fato os pregadores coríntios, que sempre apresentavam suas inspirações em uma língua desconhecida. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 491.] 3. A justiça dos fariseus. Jesus não está desafiando os seus discípulos a seguirem os escrúpulos legalistas dos escribas e fariseus quando afirma: "se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus" (Mt 5.20). Antes, ensina que a vida no Espírito requer comunhão com Deus de maneira abundante e profunda, e assim sendo, nenhum dos rabis a experimentou (Rm 8.8-11). [Comentário: O versículo 20 é geralmente considerado o versículo-chave do Sermão do Monte. A justiça dos discípulos de Cristo deve exceder a dos escribas e fariseus. Jesus estava se referindo a uma justiça interior, moral e espiritual, em vez da justiça exterior, cerimonial e legalista dos fariseus. “O problema com os fariseus”, diz Martin Lloyd-Jones, “era que eles estavam interessados nos detalhes em vez de nos princípios, que eles estavam interessados nas ações em vez de nos motivos, e que eles estavam interessados em fazer em vez de ser”. É correto para o cristão agradecer a Deus por não estar debaixo da Lei, mas debaixo da graça. Mas se ele pensa que as exigências sobre ele são menores por causa disso, não leu o Sermão do Monte de forma a compreendê-lo. Jesus declarou enfaticamente que Ele exige uma justiça mais elevada do que a dos escribas e fariseus. No restante do capítulo, o Senhor fornece seis exemplos concretos daquilo que Ele quer dizer, exatamente, com isso. Ele basicamente se refere a uma justiça de atitude interior em vez de meramente uma ação exterior. Mas isto levanta a exigência. Deve-se não só guardar as suas ações, mas também as suas atitudes; não só as suas palavras, mas também os seus pensamentos. A lei de Cristo traz, para aqueles que a guardam, mais exigências do que a lei de Moisés. Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Mateus. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 58.] SÍNTESE DO TÓPICO IV A função da lei não era salvar. 0 Novo Testamento mostra que sua função era apontar para aquEle que haveria de vivê-la integralmente. CONCLUSÃO Encerramos o trimestre conscientes de que Jesus não revogou a lei, mas a cumpriu. Aprendemos também que não há discrepância entre Jesus e Moisés e que a lei permanece até a consumação dos séculos, pois a fé cristã não é antinomianista [O antinomianismo, termo cunhado por Martinho Lutero, do grego ἀντί, "contra" + νόμος, "lei", é definido como uma declaração que, sob a dispensação do evangelho da graça, a lei moral é de nenhum uso ou obrigação, porque somente a fé é necessária para a salvação] e muitos preceitos do sistema mosaico rea- parecem no Novo Testamento, mas adaptados à graça, pois fomos libertos da lei (Rm 3.28; Gl 5.1). [Comentário: Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.” Mateus 5:18. A unidade da Escritura assume a continuidade da Lei de Deus. A Palavra de Deus nos revela uma ética contínua e justa: “A Escritura não pode ser anulada” (João 10:35b). “A unidade da Escritura assume a continuidade da Lei de Deus. A Palavra de Deus nos revela uma ética contínua e justa: “A Escritura não pode ser anulada” (João 10:35b). “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm. 3:16-17). O manual do viver santo para o cristão é “toda a Escritura”. Toda a Escritura, não apenas o Novo Testamento, foi dada para que o cristão pudesse ser “perfeito” e “perfeitamente instruído para toda a boa obra”. Interessantemente, 2 Timóteo é o último livro escrito por Paulo e provavelmente o último livro escrito no Novo Testamento (Contrário à opinião popular, Apocalipse não foi o último livro escrito. Veja Kenneth L. Gentry, Jr., Before Jerusalem Fell: Dating the Book of Revelation (Tyler, Tex.: Institute for Christian Economics, 1989)). A Lei convence do pecado (1 João 3:4; Mt.19:16-24; João 7:19; Atos 7:53; Tiago 2:9). Sem a convicção do pecado, não haverá nenhum voltar-se para o Salvador em arrependimento para salvação. Sem o chamado ao arrependimento não há pregação do evangelho de Jesus Cristo. Além disso, o julgamento dos pecadores por Deus será baseado na Lei. “E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt. 7:23; cf. 13:41; Rm. 2:12-15; Tiago 2:10-12). Os homens serão julgados sobre a base de um padrão objetivo: a Lei de Deus. Tal julgamento determinará o grau de castigo que a pessoa receberá no inferno (cp. Lucas 12:47; Ap. 20:12).]. “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”, Francisco Barbosa Campina Grande-PB Março de 2015 PARA REFLETIR Sobre a Lei: O que significa cumprir a Lei? Significa que a manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação. Devemos seguir a lei de Cristo, a do amor, ou o sistema mosaico? A lei mosaica se completa na lei de Cristo e do amor. Jesus não revogou a lei. Mas o que Ele fez? Ele viveu no seu dia a dia toda a lei. O que é vida no Espírito? A vida no Espírito é ter comunhão com Deus de maneira abundante e profunda. Fale um pouco sobre a relação da lei com a graça. A lei serviu para apontar o pecado e mostrar que homem algum poderia se tornar justo diante de Deus. A graça é favor imerecido. Éramos pecadores e não merecíamos o amor de Deus, mas Ele nos amou e nos livrou do pecado e do jugo da condenação que estava sobre nós. NOTAS BIBLIOGRÁFICAS Revista Lições Bíblicas Mestre - 1º Trim./2015 - CPAD Tema: "Os Dez Mandamentos" - Os Valores Divinos para uma Sociedade e Constante Mudança Comentário: Pr. Esequias Soares Consultores Doutrinários e Teológicos: Pr. Antonio Gilberto e Pr. Claudionor de Andrade

sexta-feira, 20 de março de 2015

Não Cobiçarás - Pr. Altair Germano : Sucedeu, depois disto, o seguinte: Nabote, o jezreelita, possuía uma vinha ao lado do palácio que Acabe, rei de Samaria, tinha em Jezreel. Disse Acabe a Nabote: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está perto, ao lado da minha casa. Dar-te-ei por ela outra, melhor; ou, se for do teu agrado, dar-te-ei em dinheiro o que ela vale. Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu dê a herança de meus pais. Então, Acabe veio desgostoso e indignado para sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jezreelita, lhe falara, quando disse: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, voltou o rosto e não comeu pão. Porém, vindo Jezabel, sua mulher, ter com ele, lhe disse: Que é isso que tens assim desgostoso o teu espírito e não comes pão? Ele lhe respondeu: Porque falei a Nabote, o jezreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, dar-te-ei outra em seu lugar. Porém ele disse: Não te darei a minha vinha. Então, Jezabel, sua mulher, lhe disse: Governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. (1 Rs 21.1-7) Sobre a cobiça, em Êxodo 20.17 o mandamento do Senhor é claro: Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. Observemos este mandamento de forma mais detalhada: - Não cobiçarás a casa do teu próximo: Na primeira frase do versículo a expressão “casa” fala da totalidade daquilo que pertence ao próximo no contexto doméstico, do seu patrimônio familiar, dos seus bens, de suas posses. - Não cobiçarás a mulher do teu próximo: O casamento é uma instituição divina. Quando alguém cobiça a mulher de seu próximo assume uma postura de destruir o que Deus uniu. Todas as vezes que a Lei de Deus é quebrada, haverá uma consequência para a vida daquele que a quebrou. As mulheres casadas devem ser tratadas com respeito, e devem também manter o respeito. Elas não devem ser cobiçadas, nem provocar ou alimentar a cobiça de quem quer que seja. Grandes sofrimentos e destruições em vidas, casamentos e famílias podem ser provocados com a quebra deste mandamento. - Nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento: Na época, servo, serva, boi e jumento faziam parte da propriedade de um indivíduo. A mensagem aqui é que os bens do nosso próximo não devem ser objeto de nossa cobiça. A casa ou apartamento, os móveis, o carro, as roupas, etc. Infelizmente, há muitos que nunca estão satisfeitos com o que possuem, querendo sempre mais, ou achando que o melhor é sempre o que o outro possui. - Nem coisa alguma do teu próximo: A carreira e o sucesso profissional, as conquistas acadêmicas, a posição ou cargo eclesiástico, os dons e talentos, o progresso ministerial, as realizações, nem coisas alguma que pertence ao nosso próximo deve ser objeto de nossa cobiça. A COBIÇA DE ACABE Em sua conturbada trajetória na condição de rei de Israel, mais um episódio seria acrescentado na maculada biografia de Acabe. Tudo começou quando Acabe desejou adquirir a vinha de Nabote, para transformá-la em sua horta particular (1 Rs 21.2). A proposta que Acabe fez a Nabote parecia justa, generosa e irrecusável, pois oferecia em troca uma outra vinha melhor, ou se desejasse, lhe daria em dinheiro o que ela valia. Acontece que o valor da vinha para Nabote ia para além das questões mercantilistas. Ele considerava aquela propriedade uma herança inegociável, e cuja venda implicaria em transgressão ao mandamento do Senhor (Lv 25.13-28 e Nm 36.7). Diante da resposta e posicionamento de Nabote, a reação de Acabe foi de desgosto e indignação, pois o seu capricho não fora alcançado, o que desencadeou no rei uma crise emocional (1 Rs 21.4). Fico a pensar aqui na multidão de líderes e irmãos caprichosos, que não se contentam com aquilo que possuem, e que acham que seus desejos precisam ser atendidos e satisfeitos por todos. Estão dominados pela cobiça. Ao observar o estado em que se encontrava Acabe, Jezabel, sua mulher, procurou tomar conhecimento do que havia acontecido, o que lhe foi relatado pelo rei (1 Rs 21.5-6). Diante do que ouviu, Jezabel, que já havia em outros episódios demonstrado a sua influência e força no reino, na mesa de quem quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e quatrocentos e cinquenta profetas de Aserá comiam, que tomava decisões sem pedir a aprovação do seu manipulável e omisso marido (1 Rs 19.1), possuidora de um temperamento difícil e cruel em suas deliberações (1 Rs 19.2), toma para si as dores de Acabe e declara:Governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. (1 Rs 21.7). Jezabel se coloca aqui como aquela que satisfará a cobiça de Acabe. Uma esposa sábia não adota tal postura, antes, aconselha o seu marido sobre os princípios do contentamento. Sem escrúpulos, sem temor a Deus, sem piedade e sem misericórdia, Jezabel articula um plano onde Nabote seria vitimado por uma terrível calúnia. Usando o nome e o sinete de seu marido, ela escreveu cartas aos anciãos e aos nobres da cidade e que habitavam com Nabote, onde dizia o seguinte: Apregoai um jejum e trazei Nabote para a frente do povo. Fazei sentar defronte dele dois homens malignos, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois, levai-o para fora e apedrejai-o, para que morra. Os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que nela habitavam fizeram como Jezabel lhes ordenara, segundo estava escrito nas cartas que lhes havia mandado. Apregoaram um jejum e trouxeram Nabote para a frente do povo. Então, vieram dois homens malignos, sentaram-se defronte dele e testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, e morreu. Então, mandaram dizer a Jezabel: Nabote foi apedrejado e morreu. Tendo Jezabel ouvido que Nabote fora apedrejado e morrera, disse a Acabe: Levanta-te e toma posse da vinha que Nabote, o jezreelita, recusou dar-te por dinheiro; pois Nabote já não vive, mas é morto. Tendo Acabe ouvido que Nabote era morto, levantou-se para descer para a vinha de Nabote, o jezreelita, para tomar posse dela. (1 Rs 21.9-16) É interessante observar que o maligno plano de Jezabel se reveste de um caráter espiritual, com direito a proclamação de um jejum e com o argumento de que Nabote teria blasfemado contra Deus (e contra o rei). É possível “espiritualizar” até a cobiça. Em nome de Deus, e com a máscara da falsa espiritualidade, muitas barbáries e injustiças são realizadas sob a influência do “espírito de Jezabel”, muitas cobiças são alimentadas à custa da destruição de vidas, casamento e famílias. Assim como Nabote, os que são vitimados por causa de sua obediência a Deus, e diante da cobiça alheia, são por Ele devidamente justificados e vingados. O cobiçoso Acabe e a cruel Jezabel receberiam o prêmio da injustiça (1 Rs 21.17-29). OUTRAS ADVERTÊNCIAS BÍBLICAS SOBRE A COBIÇA A Bíblia nos adverte sobre os males da cobiça, e nos ensina a não alimentar tal sentimento: mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo. (Sl 106.14) Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça. (Sl 119.36) Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela tira a vida dos que a possuem. (Pv 1.19) O cobiçoso cobiça todo o dia, mas o justo dá e nada retém. (Pv 21.26) Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios,(Mc 7.21) E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui. (Lc 12.15) Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos, (Ef 5.3) Penso que Romanos 13.9-10 resume toda a questão em torno da cobiça: Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor. Tem gente que nunca prosperá na vida, pois vive sempre na mediocridade da cobiça. Está sempre descontente, irritado, frustrado e infeliz. De tanto olhar e desejar a vida e as coisas do próximo, não conquista nada de forma legítima para si mesmo, e ainda corre o risco de perder o pouco que possui. Quem ama não cobiça. Quem ama busca o bem do próximo. Quem ama cumpre o mandamento do Senhor.

terça-feira, 17 de março de 2015

NÃO COBIÇARÁS - SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA:
Sucedeu, depois disto, o seguinte: Nabote, o jezreelita, possuía uma vinha ao lado do palácio que Acabe, rei de Samaria, tinha em Jezreel. Disse Acabe a Nabote: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está perto, ao lado da minha casa. Dar-te-ei por ela outra, melhor; ou, se for do teu agrado, dar-te-ei em dinheiro o que ela vale. Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu dê a herança de meus pais. Então, Acabe veio desgostoso e indignado para sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jezreelita, lhe falara, quando disse: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, voltou o rosto e não comeu pão. Porém, vindo Jezabel, sua mulher, ter com ele, lhe disse: Que é isso que tens assim desgostoso o teu espírito e não comes pão? Ele lhe respondeu: Porque falei a Nabote, o jezreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, dar-te-ei outra em seu lugar. Porém ele disse: Não te darei a minha vinha. Então, Jezabel, sua mulher, lhe disse: Governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. (1 Rs 21.1-7) Sobre a cobiça, em Êxodo 20.17 o mandamento do Senhor é claro: Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. Observemos este mandamento de forma mais detalhada: - Não cobiçarás a casa do teu próximo: Na primeira frase do versículo a expressão “casa” fala da totalidade daquilo que pertence ao próximo no contexto doméstico, do seu patrimônio familiar, dos seus bens, de suas posses. - Não cobiçarás a mulher do teu próximo: O casamento é uma instituição divina. Quando alguém cobiça a mulher de seu próximo assume uma postura de destruir o que Deus uniu. Todas as vezes que a Lei de Deus é quebrada, haverá uma consequência para a vida daquele que a quebrou. As mulheres casadas devem ser tratadas com respeito, e devem também manter o respeito. Elas não devem ser cobiçadas, nem provocar ou alimentar a cobiça de quem quer que seja. Grandes sofrimentos e destruições em vidas, casamentos e famílias podem ser provocados com a quebra deste mandamento. - Nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento: Na época, servo, serva, boi e jumento faziam parte da propriedade de um indivíduo. A mensagem aqui é que os bens do nosso próximo não devem ser objeto de nossa cobiça. A casa ou apartamento, os móveis, o carro, as roupas, etc. Infelizmente, há muitos que nunca estão satisfeitos com o que possuem, querendo sempre mais, ou achando que o melhor é sempre o que o outro possui. - Nem coisa alguma do teu próximo: A carreira e o sucesso profissional, as conquistas acadêmicas, a posição ou cargo eclesiástico, os dons e talentos, o progresso ministerial, as realizações, nem coisas alguma que pertence ao nosso próximo deve ser objeto de nossa cobiça. A COBIÇA DE ACABE Em sua conturbada trajetória na condição de rei de Israel, mais um episódio seria acrescentado na maculada biografia de Acabe. Tudo começou quando Acabe desejou adquirir a vinha de Nabote, para transformá-la em sua horta particular (1 Rs 21.2). A proposta que Acabe fez a Nabote parecia justa, generosa e irrecusável, pois oferecia em troca uma outra vinha melhor, ou se desejasse, lhe daria em dinheiro o que ela valia. Acontece que o valor da vinha para Nabote ia para além das questões mercantilistas. Ele considerava aquela propriedade uma herança inegociável, e cuja venda implicaria em transgressão ao mandamento do Senhor (Lv 25.13-28 e Nm 36.7). Diante da resposta e posicionamento de Nabote, a reação de Acabe foi de desgosto e indignação, pois o seu capricho não fora alcançado, o que desencadeou no rei uma crise emocional (1 Rs 21.4). Fico a pensar aqui na multidão de líderes e irmãos caprichosos, que não se contentam com aquilo que possuem, e que acham que seus desejos precisam ser atendidos e satisfeitos por todos. Estão dominados pela cobiça. Ao observar o estado em que se encontrava Acabe, Jezabel, sua mulher, procurou tomar conhecimento do que havia acontecido, o que lhe foi relatado pelo rei (1 Rs 21.5-6). Diante do que ouviu, Jezabel, que já havia em outros episódios demonstrado a sua influência e força no reino, na mesa de quem quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e quatrocentos e cinquenta profetas de Aserá comiam, que tomava decisões sem pedir a aprovação do seu manipulável e omisso marido (1 Rs 19.1), possuidora de um temperamento difícil e cruel em suas deliberações (1 Rs 19.2), toma para si as dores de Acabe e declara: Governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. (1 Rs 21.7). Jezabel se coloca aqui como aquela que satisfará a cobiça de Acabe. Uma esposa sábia não adota tal postura, antes, aconselha o seu marido sobre os princípios do contentamento. Sem escrúpulos, sem temor a Deus, sem piedade e sem misericórdia, Jezabel articula um plano onde Nabote seria vitimado por uma terrível calúnia. Usando o nome e o sinete de seu marido, ela escreveu cartas aos anciãos e aos nobres da cidade e que habitavam com Nabote, onde dizia o seguinte: Apregoai um jejum e trazei Nabote para a frente do povo. Fazei sentar defronte dele dois homens malignos, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois, levai-o para fora e apedrejai-o, para que morra. Os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que nela habitavam fizeram como Jezabel lhes ordenara, segundo estava escrito nas cartas que lhes havia mandado. Apregoaram um jejum e trouxeram Nabote para a frente do povo. Então, vieram dois homens malignos, sentaram-se defronte dele e testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, e morreu. Então, mandaram dizer a Jezabel: Nabote foi apedrejado e morreu. Tendo Jezabel ouvido que Nabote fora apedrejado e morrera, disse a Acabe: Levanta-te e toma posse da vinha que Nabote, o jezreelita, recusou dar-te por dinheiro; pois Nabote já não vive, mas é morto. Tendo Acabe ouvido que Nabote era morto, levantou-se para descer para a vinha de Nabote, o jezreelita, para tomar posse dela. (1 Rs 21.9-16) É interessante observar que o maligno plano de Jezabel se reveste de um caráter espiritual, com direito a proclamação de um jejum e com o argumento de que Nabote teria blasfemado contra Deus (e contra o rei). É possível “espiritualizar” até a cobiça. Em nome de Deus, e com a máscara da falsa espiritualidade, muitas barbáries e injustiças são realizadas sob a influência do “espírito de Jezabel”, muitas cobiças são alimentadas à custa da destruição de vidas, casamento e famílias. Assim como Nabote, os que são vitimados por causa de sua obediência a Deus, e diante da cobiça alheia, são por Ele devidamente justificados e vingados. O cobiçoso Acabe e a cruel Jezabel receberiam o prêmio da injustiça (1 Rs 21.17-29). OUTRAS ADVERTÊNCIAS BÍBLICAS SOBRE A COBIÇA A Bíblia nos adverte sobre os males da cobiça, e nos ensina a não alimentar tal sentimento: mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo. (Sl 106.14) Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça. (Sl 119.36) Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela tira a vida dos que a possuem. (Pv 1.19) O cobiçoso cobiça todo o dia, mas o justo dá e nada retém. (Pv 21.26) Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, (Mc 7.21) E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui. (Lc 12.15) Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos, (Ef 5.3) Penso que Romanos 13.9-10 resume toda a questão em torno da cobiça: Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor. Tem gente que nunca prosperá na vida, pois vive sempre na mediocridade da cobiça. Está sempre descontente, irritado, frustrado e infeliz. De tanto olhar e desejar a vida e as coisas do próximo, não conquista nada de forma legítima para si mesmo, e ainda corre o risco de perder o pouco que possui. Quem ama não cobiça. Quem ama busca o bem do próximo. Quem ama cumpre o mandamento do Senhor.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Lição 10 04 Março 2015 Não furtarás 1° Trimestre de 2015 rev-adultos INTRODUÇÃO I – O OITAVO MANDAMENTO II – LEGISLAÇÃO MOSAICA SOBRE O FURTO III – SOBRE OS DANOS MATERIAIS IV – O TRABALHO CONCLUSÃO “NINGUÉM OPRIMA OU ENGANE A SEU IRMÃO EM NEGÓCIO ALGUM”. 1 TESSALONICENSES 4.6 Na aula desta semana, aprenderemos com relação ao mandamento de Deus que condena a prática do furto (Êx 20.15). No Antigo Testamento, este ensinamento divino trata de maneira específica com relação às diversas formas de furto e danos materiais provocados ao próximo. Contudo, nos deteremos à outra maneira de furto que tem sido predominante nos dias atuais, até mesmo entre aqueles que se dizem evangélicos. O apóstolo Paulo ressalta na primeira carta direcionada aos Tessalonicenses que “ninguém deve oprimir ou enganar a seu irmão em negócio algum” (4.6a). Sendo assim, independentemente do modo como o engano e a defraudação é cometido, tal prática não corresponde à conduta dos que servem a Deus, e sim aos que não possuem o conhecimento da Palavra da Verdade. Em vista disso, o Senhor Deus repudia a desonestidade, e como conclui o apóstolo Paulo, “o Senhor é vingador de todas estas coisas” (1 Ts 4.6b). Considerando essas afirmativas, o professor poderá enfatizar aos seus alunos que, tratando-se de honestidade, há coisas que são lícitas aos olhos humanos, porém não estão em conformidade com a vontade de Deus expressa em sua Palavra. Ressalte que Deus espera abençoar-nos em tudo quanto precisamos, porém, Ele não aprova a atitude dos que adquirem bens materiais de forma desonesta nem os que usam de engano a ludibriar seu semelhante em coisa alguma. Porquanto, Deus trará a juízo todas as coisas que estão em oculto (Ec 12.14). I. A prática do engano e da defraudação Em face disso, precisamos nos atentar à conduta cristã em nossos dias. Há muitos que já não vêem problema algum em compactuarem com as práticas ilícitas que predominam no cotidiano dos infiéis, como por exemplo, a compra de material pirateado. Para muitos, a justificativa é o elevado valor que os comerciantes vendem os CDs e DVDs originais. Isso estaria impossibilitando as pessoas menos favorecidas economicamente de adquirir o material. Além disso, há muitos outros bens materiais e serviços prestados de forma ilegal, que cobram um valor mais barato, enfim, são exemplos de maneiras ilícitas de adquirir benefícios que muitos concordam. Entretanto, o Senhor não aprova que seus servos compartilhem de tais práticas, visto que estes produtos não pagam devidamente os impostos e, muitas vezes, o dinheiro arrecadado serve a fins ilícitos que, obviamente não são os mesmos que o Reino de Deus aprova. Outra atitude reprovável é o fato de muitos que se dizem cristãos, negligenciarem o pagamento de dividas que adquiriam indevidamente. As Escrituras afirmam quanto ao voto: “Melhor é que não votes do que votes e não pagues” (Ec 5.4). Embora a presente passagem se refira ao voto dirigido a Deus, aprendemos o principio de que não devemos adquirir bens ou serviços que não poderemos arcar com as dívidas contraídas. Em tal caso, é melhor rever o planejamento financeiro para que não estejamos inadimplentes. Assim sendo, é dever do cristão manter as contas em dia, pois isso é a demonstração de um bom testemunho diante dos homens. Portanto, Deus não se agrada dos que tem o mau hábito de assumirem compromissos que não podem arcar, visto que tal prática não corresponde à conduta dos que servem a Deus, e sim aos que não possuem o conhecimento da Palavra da Verdade. II. Deus abomina a desonestidade Assim sendo, o Senhor espera ver em seus servos frutos dignos de arrependimento. Visto que, é indispensável que se note a prática de obras de justiça naqueles que nasceram de novo. Tais obras não são para a justificação perante Deus, pois somos justificados mediante a fé (Rm 4.3-5; 5.1), mas para justificação perante os homens como testemunho de que verdadeiramente somos novas criaturas em Cristo Jesus (2 Co 5.17). O Comentário Bíblico Beacon, descreve a exortação de Paulo aos efésios (4.28) quanto à mudança de vida em relação ao furto: “Paulo exorta os leitores, alguns dos quais tinham o hábito de surripiar(furtar às escondidas) e roubar, a acabarem com toda forma de aquisição desonesta. Uma leitura superficial dá a entender que o roubo ainda era praticado por estas pessoas. Mas Hodge insiste que não se trata disso. A proibição é endereçada a quem tinha a reputação de furtar antes da conversão. Agora eles não se ocupam mais em tal atividade, sendo exortados a não cair na tentação de se apropriar do que pertence aos outros. O apóstolo recomenda medidas positivas e neutralizantes. Antes, trabalhe (kopiato) tem a ênfase de ‘labuta com forte motivação’. Com mãos é, na interpretação de Moule, ‘obtendo a ganho honesto por esforço honesto’. Os motivos para essa árdua labuta, não são apenas a recuperação e manutenção do caráter, mas a aquisição de bens para serem distribuídos a quem tiver necessidade, tornando-se membro contribuinte e útil à sociedade. Philips traduz o versículo da seguinte forma: ‘O homem que costumava roubar deve abandonar o roubo e trabalhar honestamente a cada dia com suas próprias mãos, a fim de que tenha condições de dar àqueles que passam por necessidades’” (CPAD, 2006, p.171). Portanto, a prática da justiça é inerente à conduta cristã, mas para os que são desobedientes à Verdade, a vingança do Senhor não tardará em se cumprir (1 Ts 4.6b). Considerações finais Assim, podemos concluir que a prática do furto é um mal que danifica não somente as pessoas materialmente, mas também fere o princípio do mandamento real: “amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18b). Desse modo, qualquer negócio que visa tirar proveito do próximo ou mesmo defraudar a consciência de seu semelhante é pecado diante de Deus. O Senhor repudia a desonestidade e certamente trará a juízo tudo quanto os homens praticarem debaixo do sol. Todavia, os que servem a Deus genuinamente não sentem a necessidade de compactuarem com “as obras infrutuosas das trevas” (Ef 5.11), visto que as suas obras são feitas em Deus. Que possamos prezar por uma conduta que agrade ao Senhor com um coração puro e uma vida que demonstre a prática da Palavra de Deus de forma honesta, pois esse é o testemunho do verdadeiro cristão mediante uma sociedade desacreditada de Deus. Por Thiago Santos Educação Cristã. Publicações. CPAD.